sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

It's not right but it's ok: elseworlds

''Surprise, bitch! I bet you thought you'd seen the last of me'', e é assim, citando a marcante frase da Madison Montgomery que a gente ressurge das cinzas e traz um dos maiores eventos do universo das séries: o crossover anual da DC Comics. 



Há alguns anos a The CW vem produzindo diversos encontros entre os heróis da DC, seja entre uma série e outra, como por exemplo, Arrow e The FlashThe Flash e Supergirl. Mas foi a partir de “Invasion!”, em 2016, que a emissora viu o potencial na união de todas as suas séries e a força de todos os seus heróis, literalmente. Mas diferente dos anos anterioresLegends of Tomorrow ficou de fora. 

Para compreendermos melhor, se você não é tão ligado nas HQs como a gente, vamos então começar pelo nome do crossover: Elseworlds! Que nada mais é que um tipo de publicação da Editora DC Comics, onde acontecem eventos alternativos com os personagens. Eventos que geralmente não encontramos nas histórias originais. 

O crossover deste ano serviu como um imenso laboratório para os personagens da DC na TV, um amplo leque de possibilidades, um teste para potenciais séries deste universo, como por exemplo, a história da Batwoman, Superman e do Lanterna Verde, como vocês poderão conferir abaixo. Os spin-offs não chegaram a serem confirmados, mas os rumores começaram a surgir devido ao sucesso de Elseworlds. 

Dito isso, começamos o episódio de The Flash com aquele mesmo trecho que nos é apresentado durante os últimos episódios de Arrow, The Flash e Supergirl, onde temos o Flash, interpretado por John Wesley Shipp, na Terra-90 dialogando com possível vilão do crossover. Para quem não sabe John Wesley, além de interpretar Henry Allen e Jay Garrick/Flash, deu vida ao Flash nos anos 90, sendo assim, o Flash original. E é ai que começa a surra de referências nesse hino de crossover. Mas o pontapé inicial se inicia quando Barry e Oliver descobrem estar no corpo um do outro, Oliver em Central City com a Iris e Barry em Star City com o Diggle. Depois de muitas reviravoltas, os heróis da Terra-1 decidem fazer uma visita a Supergirl e juntos acabam descobrindo quem está por trás e reescrevendo a realidade, um ser alienígena e um cientista maluco. 

Supergirl, Flash (Oliver), Flash da Terra-90 e Arqueiro (Barry)

Como sempre The Flash ficou encarregado da parte humorística do crossover. A primeira vista, como nós já estamos acostumados com os atores em seus respectivos papéis, acaba sendo bizarro ver Stephen Amell e Grant Gustin fazendo papéis contrários, mas não deixa de ser uma soma ao humorístico da série, chega a ser divertidíssimo ver o uniforme do Flash todo apertado no Oliver, e em contrapartida, o uniforme do Arqueiro todo largo no Barry. Ainda sem mencionar o fato das personalidades dos moços também serem trocadas, onde a gente tem um Oliver cômico e um Barry sombrio. Risos. 

Como foi falando anteriormente, Elseworlds além de nos trazer um universo todo paralelo, traz uma enxurrada de referências, tendo como exemplo, ainda em The Flash, quando a história é passada para o núcleo da Supergirl (Melissa Benoist) na Terra-38, em um corte de cena certeiro o telespectador é levado à Fazenda Kent ao som de “Somebody Save Me”, tema de Smallville, série poderosíssima dos anos 2000. Nós amamos muito o Tyler Hoechlin como Superman, mas se o Tom Welling aparecesse imagina só como seria nostálgico. Lois Lane, interpretada por Elizabeth Tulloch, também foi inserida ainda na primeira parte do crossover, ganhando bastante destaque e trazendo muito carisma e protagonismo. Ou como diria Rupaul: charisma, uniqueness, nerve and talent. 

Supergirl, Lois e Clark, na Fazenda Kent
Mesmo com a notícia de que Legends ficaria de fora desse grande evento, os fãs estavam muito ansiosos e animados com o mesmo. Isso porque uma personagem muito aclamada seria introduzida no arco do Arrowverso: a Batwoman, que é interpretada por Ruby Rose. E é na parte dois, no episodio de Arrow, depois de superarem a estranheza da troca de corpos, que a prima do Batman dá o ar da graça real oficial, quando o trio de heróis acabam indo pra Gotham City para encontrar uma pista. E se a gente achava Star City sombria antes, Gotham veio pra mostrar que a gente se enganou durante sete anos. O que foi uma quebra perfeita de emoção e/ou humor, logo que The Flash é conhecida por ser uma série cômica, então o clima sombrio de Gotham caiu super a calhar no episódio de Arrow. E foi nesse episódio que Oliver, Barry e Kara descobrem os responsáveis pela realidade reescrita, um ser alienígena chamado Monitor (LaMonica Garrett), e o cientista Dr. John Deegan (Jeremy Davies), que tem como objetivo destruir as diferentes terras e universos usando um livro mágico chamado Mar Novu. 

Batwoman
Ainda na parte dois, o Flash da Terra-90 aparece e diz não reconhecer o Diggle por ele estar sem o anel e que na Terra-1 as coisas são diferentes, fazendo referência ao Lanterna Verde. E segundo uma produtora da série a história de John Diggle como Lanterna vai continuar e que próprio ator, David Ramsey, já desejava isso há um bom tempo. Ou seja, pode acontecer real oficial. 

O Episodio de Arrow acaba perdendo a essência da primeira parte ficando confuso justamente pelas inúmeras referências, personagens e easter-eggs que aparecem em tão pouco tempo, como por exemplo Barry Allen da Terra-90, Kane Wilson, Nora Fries, o Diggle como Lanterna Verde, diversos nomes da galeria de vilões do Batman presos em Arkhan e o Ricardo Diaz ALGUÉM MATA ELE POR FAVOR. O que não deixou de ser um episódio bom, só que confuso, devido às inúmeras informações. 

Por fim, a parte três fica por conta de Supergirl, e o episódio se inicia John Deegan novamente com o livro em mãos onde novamente a realidade é reescrita. Nessa nova realidade Barrry e Oliver tornam-se fugitivos criminosos intitulados como “Trigger Twins”, que nas HQs é uma dupla de vilões relacionada ao Batman. Kara está presa no Star Labs e o Dr, Deegan tornou-se a versão do mal do Superman. 

Oliver e Barry como Trigger Twins / Deegan como Black Superman e Flash
Quando nossos heróis se encontram, o verdadeiro Superman e Black Superman lutam entre si para novamente reescreverem a realidade, Barry e Karam usam toda a sua respectiva velocidade para correr ao redor da Terra a fim de impedir que a realidade do Dr. Deegan seja reescrita. A ação dos velocistas acabaria matando os dois, então Oliver resolve fazer um acordo com o Monitor para salvar a vida dos heróis. Na cena seguinte o telespectador vê Barry e Kara chegando novamente à Central City em segurança e o Dr. Deegan é derrotado. Ao que tudo indica só saberemos do acordo em dois mil e dezenove em “Crisis on Infinite Earths”, uma das sagas mais famosas e complexas da editora nos quadrinhos e já foi anunciada como o próximo crossover. O jeito é aguardar, não é? #ansiosos 

Confira o trailer do crossover:




Assim termina Elseworlds, com seus altos, baixos, erros e acertos a gente simplesmente amou. E que no crossover de 2019, a DC faça um fan service completo, traga novamente Legends, insira Black Lightning e as demais séries, se tiver, da DC. Esperamos mais interação entre os personagens e aparições também, como por exemplo, a Laurel Lance, Wild Dog, Black Canary e afins. O final de Elseworlds pode ter sido simples, mas deixou o mundo de possibilidades desse Universo que a gente ama tanto e quer bem.


"Faço o possível para escrever por acaso. Eu quero que a frase aconteça. Não sei expressar-me por palavras. O que sinto não é traduzível. Eu me expresso melhor pelo silêncio. Expressar-me por meio de palavras é um desafio. Mas não correspondo à altura do desafio. Saem pobres palavras." Clarice Lispector