sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Clichê de um adolescente: Skam

Poderosíssima como a espada de um samurai, uma série norueguesa, intitulada Skam, nos últimos suspiros de dois mil e dezesseis, conquistou boa parte do mundo, e claro tornou-se famosíssima entre os melhores apreciadores de séries: nós mesmos, Brasileiros Mello. Skam, é uma série teen que aborda diversos assuntos que fazem parte da vida de todo adolescente, como sexualidade, religião, relacionamentos e outros clichês que compõem essa terrível fase. 


Produzida pela NRK, a série foi exibida originalmente apenas no site da própria emissora. Com o pé já na quarta temporada, Skam vem conquistando cada vez mais espaço mundo a fora, tanto que nos quarenta e cinco do segundo tempo do ano passado, uma produtora de entretenimento assinou uma carta de intenção com a NRK, para uma versão americana para os EUA e Canadá. #foradesérie

Como a temática do seriado é todo na vibe adolescente, a mesma conta com um elenco jovem, com a faixa entre dezessete a vinte anos. Lisa Teige, Josefine Frida Pettersen, Tarjei Sandvik Moe, Ulrikke Falch, Ina Svenningdal, Iman Meskini, Marlon Langeland, Thomas Hayes e Henrik Holm, são alguns dos nomes que compõem o elenco da série.

A série já possui três temporadas, cada uma tendo em vista um personagem diferente como protagonista, a série não é antológica, apenas trazem historias diferentes a cada temporada, e vez ou outra faz conexões com temporadas anteriores. E durante a primeira temporada, que é composta por onze episódios, a história gira em torno da personagem Eva (Lisa Teige) e seu difícil namoro com Jonas (Marlon Langeland) recheado de problemas, inclusive a falta de confiança. Eva é uma menina sozinha, a típica loser do ensino médio, isso até ela conhecer Noora (Josefine Frida Pettersen), Sana (Iman Meskini), Chris (Ina Svenningdal) e Vilde (Ulrikke Falch), nascendo assim o melhor esquadrão que a gente respeita. 

A segunda temporada tem como protagonista a personagem de Pettersen, a Noora e seu relacionamento com William (Thomas Hayes), que nos é apresentado na primeira temporada como bad boy, sendo totalmente o oposto da Noora. Aquele velho clichê do bad boy que se apaixona pela mocinha ou vice-versa e a gente ama. Lá na primeira temporada, o personagem de Thomas se envolve com Vilde, personagem de Ulrikke. E em boa parte da segunda temporada essa é uma das dificuldades do casal, logo que Vilde, além de ser uma das melhores amigas de Noora, é uma personagem difícil, toda sentimental e Noora não quer magoá-la. A segunda temporada foi a maior até o momento, possuindo doze episódios. 

A terceira temporada abordou um tema muito importante na vida de um adolescente: a descoberta da sexualidade. E quem é o protagonista da vez é Tarjei Sandvik Moe, que na série dá vida ao personagem Isak. A sexualidade do personagem é um plot lá da primeira temporada, quando dão a entender que Isak é apaixonado pelo melhor amigo, Jonas, mas somente na terceira essa temática é abordada. Ao conhecer Even (Henrik Holm), Isak tem seu mundo virado de pernas pro ar, deixando de sair com seus amigos, inventando desculpas e tudo mais. Além de sua homossexualidade, a temporada também aborda o relacionamento complicado que o personagem tem com seus pais, principalmente com sua mãe, que é bastante religiosa. Quando Isak se assume pra Jonas, a reação do melhor amigo foi uma das coisas mais lindas da temporada, ficando atrás apenas de Evak (Even+Isak). Mas como nem tudo na vida são flores, Even sofre de transtorno bipolar, e spoiler alert, a gente chorou e sofreu horrores. Mas felizmente tudo acaba bem, gente! A terceira temporada, até o momento, foi a menor, possuindo dez episódios. 

Look through my eyes #evak
Depois dessas historias incríveis, com um roteiro muito bem escrito, com esses atores maravilhosos e uma trilha sonora magnífica, é claro que a série seria muito bem recebida, e seria muito bem premiada, não é mesmo? Prova disso é que em dois mil e dezesseis, em uma cerimônia de premiação da Noruega, a série levou prêmios como: melhor drama, melhor série estreante, inovação do ano, melhor edição de TV de e revelação do ano para Julie Andem e Mari Magnus, os criadores/produtores. Ah, e outro fato sobre a série, é que por ser toda jovial, os personagens possuem redes sociais, para que possam interagir com os fãs durante e depois de cada episódio. Vamos adicionar todos e treinar nosso norueguês.

A gente amou, e estamos ansiosíssimos para saber sobre quem será a quarta temporada, que está prevista para o primeiro semestre de dois mil e dezessete. Assistam, e façam suas apostas! #sana our #vilde

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Brasil na Netflix: 3%!

Depois de Supermax, não poderíamos deixar de mencionar e enaltecer a primeira série brasileira produzida pela Netflix: 3%. Mas antes disso precisamos dizer que a série foi criada por Pedro Aguilera lá em dois mil e nove, como projeto de estudantes do curso de Cinema da USP, que por meio do YouTube veiculavam a mesma como websérie, e após ser recusada por inúmeros canais de TV, a Netflix acolheu o projeto. Ou seja, uma websérie do YouTube tornou-se a primeira produção brasileira da maior provedora global de filmes e séries do mundo!!!


Sobre o domínio da Netflix, produzida por César Charlone, a série estreou em vinte e cinco de novembro de dois mil e dezesseis, e assim como Black Mirror, 3% leva como clímax o futuro tecnológico da humanidade, sobre as tendências da tecnologia em um futuro não tão distante. 3% trabalha com um cenário pós-apocalíptico, mostrando um determinado lugar do país completamente devastado, intitulado de Continente, um lugar decadente, totalmente o oposto do Maralto, lugar abundante e maravilhoso. Assim que completa seus vinte anos, todo jovem tem direito a participar de um Processo, que tem como função selecionar os jovens para fazerem parte dessa vida abundante e maravilhosa. E é aí que 3% faz jus ao nome da série, porque apenas essa porcentagem de candidatos será aprovada durante esse Processo, tendo seus limites físicos e os psicológicos testados de várias formas possíveis e impossíveis. 

Você é o criador do seu próprio mérito. Aconteça o que acontecer, você merece!” – Ezequiel 

Essa divisão de classes, Continente e Maralto, junto ao fato de uma baixa porcentagem de pessoas podendo ter acesso à essa sociedade perfeita, claramente causaria um certo atrito, que na série é algo defendido por um determinado grupo: a Causa, movimento que luta por direitos iguais, tendo como objetivo acabar com o Processo, infiltrando candidatos no mesmo, para que possam destruir o sistema internamente.

O curioso, é que nenhum candidato sabe ao certo o que acontece no Maralto, se o que falam é verídico, creem apenas em suposições, nutrindo uma visão paradisíaca e acreditando nela. Ainda no piloto da série, vemos que se o candidato passa pelo Processo, o mesmo nunca mais tem contato com a família que deixou no Continente, e também que nem todos os candidatos que são reprovados voltam pra casa, por não serem capazes de encarar o fato de estarem condenados eternamente a miséria, por fim suicidando-se. Que coisa de louco, bicho.

Mas não acho que o lado de lá esteja interessado em alguém que implore” – Joana 

Fazendo uma analogia com a realidade, vocês hão de convir com a gente que o Continente, Processo e Maralto fazem referência a uma realidade não muito distante da que vivemos, não é mesmo? Fazendo jus a aquele ditado: uns com tanto e outros com tão pouco. Mas é aquilo, vida que segue, ou melhor, processo que segue. 

Michele, Marco, Joane, Rafael e Fernando
Dentre todos os candidatos a história vai se desenvolvendo sobre a vida de Michele (Bianca Comparato), Fernando (Michel Gomes), Rafael (Rodolfo Valente), Marco (Rafael Lozano) e Joana (Vaneza Oliveira), personagens estes diversificados, representando muito bem a real sociedade brasileira. E além dos já citados, o elenco da série é composto por nomes como: João Miguel, Celso Frateschi, Mel Fronckowiak, Viviane Porto e Zezé Motta.

Claro que 3% não é uma série 100% perfeita, trocadilho porque sim, mas é aquela série que consegue passar certas informações, e além disso dar certa lição de moral, com seus discursos, fazendo altas referências sobre a situação política do país. A série tem tudo pra bombar, ainda mais. Sem mencionar a fotografia, a premissa, os efeitos visuais e o cenário da série. Em dezembro de dois mil e dezesseis a Netflix renovou a série para sua segunda temporada, e estamos ansiosos para saber a continuação dos oito episódios da primeira temporada. E claro que não poderíamos perder a oportunidade de zoar com os gringos que agora tem que assistir a série legendada e/ou dublada. Parece que o jogo virou, não é mesmo?

"Faço o possível para escrever por acaso. Eu quero que a frase aconteça. Não sei expressar-me por palavras. O que sinto não é traduzível. Eu me expresso melhor pelo silêncio. Expressar-me por meio de palavras é um desafio. Mas não correspondo à altura do desafio. Saem pobres palavras." Clarice Lispector