segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

2010

 

Fonte: Google/Divulgação. The a Word. 

O sonho de quase toda criança é deixar de ser criança, mas se estas soubessem o quão maravilhoso é viver em um mundo onde a maior preocupação é escolher com qual brinquedo 'brincar', jamais pensariam de tal forma. 

Ao chegar à adolescência, começam todas as mudanças, o corpo muda e com ele, o mundo todo a sua volta. Começa então os sonhos, os desejos, as vontades, trazendo também muitas dificuldades, dificuldades estas que colaboram para o crescimento e desenvolvimento da pessoa, do ser. Crescer dói, crescer não é fácil, e mesmo sendo clichê, é necessário. 

Talvez o maior problema da adolescência seja esse: você não é tão maduro assim pra tomar certas decisões, mas também não é uma criança, tem juízo pra não fazer coisas sem pensar, ignorando as consequências. 

Já no estágio adulto, você acredita que tudo tem um porquê, que são fases, porque você já passou por muita coisa ruim, então acha que isso logo vai passar também, mas ainda assim, você não consegue não se desesperar diante de alguma situação. Então você tenta evitar o inevitável, e mesmo com toda a sua experiência de vida, você ainda não entendeu que esse tipo de coisa não se pode controlar, faz parte da vida, faz parte do processo, do ciclo e que não depende só você. E não há quem culpar, as coisas simplesmente acontecem. 

Seria ideal se a vida funcionasse como os sinais tipográficos, onde pudéssemos saber quando e como se deve usar o ponto final, a vírgula ou os demais personagens da língua portuguesa, por exemplo. Mas independente disso, é preferível chorar um pouco, sabendo que um dia vai passar, do que chorar todos os dias, cometendo o mesmo erro. Talvez crescer seja isso, podar-se, abrir mão e seguir a vida.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

It's not right but it's ok: elseworlds

''Surprise, bitch! I bet you thought you'd seen the last of me'', e é assim, citando a marcante frase da Madison Montgomery que a gente ressurge das cinzas e traz um dos maiores eventos do universo das séries: o crossover anual da DC Comics. 



Há alguns anos a The CW vem produzindo diversos encontros entre os heróis da DC, seja entre uma série e outra, como por exemplo, Arrow e The FlashThe Flash e Supergirl. Mas foi a partir de “Invasion!”, em 2016, que a emissora viu o potencial na união de todas as suas séries e a força de todos os seus heróis, literalmente. Mas diferente dos anos anterioresLegends of Tomorrow ficou de fora. 

Para compreendermos melhor, se você não é tão ligado nas HQs como a gente, vamos então começar pelo nome do crossover: Elseworlds! Que nada mais é que um tipo de publicação da Editora DC Comics, onde acontecem eventos alternativos com os personagens. Eventos que geralmente não encontramos nas histórias originais. 

O crossover deste ano serviu como um imenso laboratório para os personagens da DC na TV, um amplo leque de possibilidades, um teste para potenciais séries deste universo, como por exemplo, a história da Batwoman, Superman e do Lanterna Verde, como vocês poderão conferir abaixo. Os spin-offs não chegaram a serem confirmados, mas os rumores começaram a surgir devido ao sucesso de Elseworlds. 

Dito isso, começamos o episódio de The Flash com aquele mesmo trecho que nos é apresentado durante os últimos episódios de Arrow, The Flash e Supergirl, onde temos o Flash, interpretado por John Wesley Shipp, na Terra-90 dialogando com possível vilão do crossover. Para quem não sabe John Wesley, além de interpretar Henry Allen e Jay Garrick/Flash, deu vida ao Flash nos anos 90, sendo assim, o Flash original. E é ai que começa a surra de referências nesse hino de crossover. Mas o pontapé inicial se inicia quando Barry e Oliver descobrem estar no corpo um do outro, Oliver em Central City com a Iris e Barry em Star City com o Diggle. Depois de muitas reviravoltas, os heróis da Terra-1 decidem fazer uma visita a Supergirl e juntos acabam descobrindo quem está por trás e reescrevendo a realidade, um ser alienígena e um cientista maluco. 

Supergirl, Flash (Oliver), Flash da Terra-90 e Arqueiro (Barry)

Como sempre The Flash ficou encarregado da parte humorística do crossover. A primeira vista, como nós já estamos acostumados com os atores em seus respectivos papéis, acaba sendo bizarro ver Stephen Amell e Grant Gustin fazendo papéis contrários, mas não deixa de ser uma soma ao humorístico da série, chega a ser divertidíssimo ver o uniforme do Flash todo apertado no Oliver, e em contrapartida, o uniforme do Arqueiro todo largo no Barry. Ainda sem mencionar o fato das personalidades dos moços também serem trocadas, onde a gente tem um Oliver cômico e um Barry sombrio. Risos. 

Como foi falando anteriormente, Elseworlds além de nos trazer um universo todo paralelo, traz uma enxurrada de referências, tendo como exemplo, ainda em The Flash, quando a história é passada para o núcleo da Supergirl (Melissa Benoist) na Terra-38, em um corte de cena certeiro o telespectador é levado à Fazenda Kent ao som de “Somebody Save Me”, tema de Smallville, série poderosíssima dos anos 2000. Nós amamos muito o Tyler Hoechlin como Superman, mas se o Tom Welling aparecesse imagina só como seria nostálgico. Lois Lane, interpretada por Elizabeth Tulloch, também foi inserida ainda na primeira parte do crossover, ganhando bastante destaque e trazendo muito carisma e protagonismo. Ou como diria Rupaul: charisma, uniqueness, nerve and talent. 

Supergirl, Lois e Clark, na Fazenda Kent
Mesmo com a notícia de que Legends ficaria de fora desse grande evento, os fãs estavam muito ansiosos e animados com o mesmo. Isso porque uma personagem muito aclamada seria introduzida no arco do Arrowverso: a Batwoman, que é interpretada por Ruby Rose. E é na parte dois, no episodio de Arrow, depois de superarem a estranheza da troca de corpos, que a prima do Batman dá o ar da graça real oficial, quando o trio de heróis acabam indo pra Gotham City para encontrar uma pista. E se a gente achava Star City sombria antes, Gotham veio pra mostrar que a gente se enganou durante sete anos. O que foi uma quebra perfeita de emoção e/ou humor, logo que The Flash é conhecida por ser uma série cômica, então o clima sombrio de Gotham caiu super a calhar no episódio de Arrow. E foi nesse episódio que Oliver, Barry e Kara descobrem os responsáveis pela realidade reescrita, um ser alienígena chamado Monitor (LaMonica Garrett), e o cientista Dr. John Deegan (Jeremy Davies), que tem como objetivo destruir as diferentes terras e universos usando um livro mágico chamado Mar Novu. 

Batwoman
Ainda na parte dois, o Flash da Terra-90 aparece e diz não reconhecer o Diggle por ele estar sem o anel e que na Terra-1 as coisas são diferentes, fazendo referência ao Lanterna Verde. E segundo uma produtora da série a história de John Diggle como Lanterna vai continuar e que próprio ator, David Ramsey, já desejava isso há um bom tempo. Ou seja, pode acontecer real oficial. 

O Episodio de Arrow acaba perdendo a essência da primeira parte ficando confuso justamente pelas inúmeras referências, personagens e easter-eggs que aparecem em tão pouco tempo, como por exemplo Barry Allen da Terra-90, Kane Wilson, Nora Fries, o Diggle como Lanterna Verde, diversos nomes da galeria de vilões do Batman presos em Arkhan e o Ricardo Diaz ALGUÉM MATA ELE POR FAVOR. O que não deixou de ser um episódio bom, só que confuso, devido às inúmeras informações. 

Por fim, a parte três fica por conta de Supergirl, e o episódio se inicia John Deegan novamente com o livro em mãos onde novamente a realidade é reescrita. Nessa nova realidade Barrry e Oliver tornam-se fugitivos criminosos intitulados como “Trigger Twins”, que nas HQs é uma dupla de vilões relacionada ao Batman. Kara está presa no Star Labs e o Dr, Deegan tornou-se a versão do mal do Superman. 

Oliver e Barry como Trigger Twins / Deegan como Black Superman e Flash
Quando nossos heróis se encontram, o verdadeiro Superman e Black Superman lutam entre si para novamente reescreverem a realidade, Barry e Karam usam toda a sua respectiva velocidade para correr ao redor da Terra a fim de impedir que a realidade do Dr. Deegan seja reescrita. A ação dos velocistas acabaria matando os dois, então Oliver resolve fazer um acordo com o Monitor para salvar a vida dos heróis. Na cena seguinte o telespectador vê Barry e Kara chegando novamente à Central City em segurança e o Dr. Deegan é derrotado. Ao que tudo indica só saberemos do acordo em dois mil e dezenove em “Crisis on Infinite Earths”, uma das sagas mais famosas e complexas da editora nos quadrinhos e já foi anunciada como o próximo crossover. O jeito é aguardar, não é? #ansiosos 

Confira o trailer do crossover:




Assim termina Elseworlds, com seus altos, baixos, erros e acertos a gente simplesmente amou. E que no crossover de 2019, a DC faça um fan service completo, traga novamente Legends, insira Black Lightning e as demais séries, se tiver, da DC. Esperamos mais interação entre os personagens e aparições também, como por exemplo, a Laurel Lance, Wild Dog, Black Canary e afins. O final de Elseworlds pode ter sido simples, mas deixou o mundo de possibilidades desse Universo que a gente ama tanto e quer bem.


"Faço o possível para escrever por acaso. Eu quero que a frase aconteça. Não sei expressar-me por palavras. O que sinto não é traduzível. Eu me expresso melhor pelo silêncio. Expressar-me por meio de palavras é um desafio. Mas não correspondo à altura do desafio. Saem pobres palavras." Clarice Lispector