sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Uma dose de drama: The A Word

Depois das fases de comédia, ação, terror e suspense, não poderíamos deixar de trazer aqui o gênero que falta para completar a lista e encerrar o ano com um bom drama. Estamos nos referindo de The A Word, série da BBC, estreante no primeiro semestre de dois mil e dezesseis.


The A Word conta a história de um garoto diagnosticado com autismo e de como sua família não mede esforços para o bem estar e para se comunicar com o mesmo, principalmente a mãe da criança, Alison. 

A história se inicia quando Joe está completando seu quinto aniversário, e durante as primeiras cenas, já é notável o desvio e a falta de participação do personagem durante a festa, em comparação as crianças convidadas. A cena ganha mais força e emoção no momento em que Joe se recusa a assoprar as velas de aniversário, o que a princípio aparenta ser birra de criança, como se o mesmo estivesse emburrado por algum motivo. Até que Paul, o pai, o tranquiliza com músicas, logo que o autismo e a música possuem certa relação. Ainda no episódio piloto, após ser “diagnosticado” por sua tia e médica, Nicola, a mesma sugere que talvez o garoto necessite de acompanhamento médico, em virtude de sua dificuldade em comunicar-se. Fazendo com que os pais não aceitem bem a insinuação da médica, principalmente Alison, logo que Nicola, que é sua cunhada, havia cometido adultério a seu irmão, Eddie, fazendo com que Alison tenha certa mágoa da médica. O que contribui com a imensidão de conflitos existentes na família, gerando muita carga emocional e/ou dramática para a série. 

O nome “The A Word”, faz referência ao valor que cada palavra pode ter, logo que a dificuldade na comunicação, em comunicar-se, é um dos princípios da série. The A Word é um remake, adaptação criada por Karen Margalit, com o roteiro de Peter Bowker da série israelense “Pilpelim Tsehumbin”, que teve duas temporadas e um total de quatorze episódios, exibidos em dois mil e dez e dois mil e quatorze. 


Além de toda a temática que a série abraça, alertando sobre os cuidados, como funciona o TEA - Transtornos do Espectro Autista, mostra também o amor incondicional que a família tem para com o menino, principalmente por parte da personagem Alison, a mãe, que muitas das vezes, em vários episódios se mostra irracional, colocando o bem estar do filho acima de qualquer coisa, inclusive em diversos momentos a personagem acaba por ocultando das demais pessoas a real situação do filho, não como preconceito, mas para preservação da criança, para que a mesma não fosse vista de forma diferente, mais ainda. 

Estrelada por Max Vento (Joe), Lee Ingleby (Paul), Morven Christie (Alison), Molly Wright (Rebecca), Greg McHugh (Eddie), Vinette Robinson (Nicola) e Christopher Eccleston (Maurice), e com apenas seis episódios, no dia vinte e seis de maio de dois mil e dezesseis, em razão de seu sucesso, a BBC anunciou que a série havia sido renovada para sua segunda temporada. 

Esteticamente falando, a trilha sonora da série é maravilhosa, a fotografia e paisagens são incríveis. A série não é muito famosa aqui no Brasil, ainda. Mas duas coisas podemos afirmar: a série é linda e nos fez chorar horrores.

"Faço o possível para escrever por acaso. Eu quero que a frase aconteça. Não sei expressar-me por palavras. O que sinto não é traduzível. Eu me expresso melhor pelo silêncio. Expressar-me por meio de palavras é um desafio. Mas não correspondo à altura do desafio. Saem pobres palavras." Clarice Lispector